quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Fotografia digital vs analógica

Confesso que só comecei a sentir o prazer da fotografia com a compra da Canon G2, lá por volta de 2001. Custou-me, comparem com os preços de hoje, 1034€! Mas justiça seja feita: nestes anos todos, apenas teve uma avaria que foi reparada e continua a tirar fotos impecáveis. Passou a G2 para segundo plano, com a chegada da Canon 350D. Mais capacidade para experimentar novas coisas, entre elas o digiscoping. O percurso lógico seria continuar fiel ao digital por tudo: facilidade, comodidade, preço, qualidade (crescente), facilidade de edição e (re)composição, etc, etc.


Yashica Electro 35 GSN
Por vários factores acabei por regressar ao analógico. Poderá ter sido (foi!) por influencia de um amigo que só tem "velharias analógicas" ou por ter redescoberto a Yashica Electro 35 GSN, perdida num armário, que desde sempre me lembro existir lá em casa ou, ou...

Certo, certo é que acabei por mandar reparar a Yashica que com os anos e o pouco uso, se ressentiu: acabou por deixar de se consewguir perceber quando é que os motivos estavam focados. Um misto de nostalgia, dos velhos tempos em que todos os retratos cá de casa saíam desta máquina, um pouco por "descargo de consciência" ou pela vontade induzida de voltar ao analógico...

Veio, tão limpinha e reluzente que não a reconhecia. Voltou porque não estava a 100%. Regressou com a desculpa de já ser velha, desgastada, com algumas folgas irrecuperáveis e não dar muito mais margem para reparação e ou afinação.

Fui queimar um rolo para experimentar...

Acabei por dar razão a quem me dizia que o analógico tem uma aura que o digital não tem. O encanto da fotografia, que a pré-visualização imediata do digital tirava, estava no analógico. O suspense de ver o resultado final. As técnicas bem mais importantes para se conseguir uma boa foto; os enquadramentos, as profundidades de campo, as velocidades de obturação. O sentir do peso e importância sombra / luz, contraste, nitidez. Por aí...

É sempre difícil explicar os sentimentos e este não é a excepção mas a regra!

Claro que não me posso esquecer que muito do que possa saber hoje de fotografia, foi conseguido graças à facilidade e acessibilidade do digital. Nunca me lembro de ter dado importância a pormenores que hoje o sei e assumo serem, porque os experimentei, ano após ano, foto após foto, na G2 e na 350D posteriormente. Pesquisar técnicas e opiniões, experimentar o que lia e ouvia, comparar resultados, formar opiniões e solidificar gostos.

Tudo isto permite-me hoje saborear o analógico muito mais intensamente.

1 comentários:

Ranger Bob disse...

Espera até te dar a mania das máquinas de plástico e dos rolos expirados. Aí é que vai ser!... :-)