quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Um «test drive» ao Bresser Primax II 25-75x90 - parte I

Já há algum tempo que resolvi experimentar o "Telescópio terrestre" supracitado, que estava, está ou estará novamente disponível no Lidl apenas por 150€, com tudo: tripé, suporte universal para digitais, estojo, filtro lunar, etc. Vejam aqui.

Um mês para experimentar, se não gostar devolvem-me o dinheiro, caso esteja tudo em condições e completo... Porreiro!

Sabendo de antemão que as boas marcas comercializam instrumentos semelhantes a um preço 100 vezes superior aos tais 150€ deste, apenas e só o telescópio, a qualidade da imagem ou do produto e acessórios em geral, teria que estar um pouco aquém, mas a aparência exterior do Bresser é boa. O primeiro impacto foi positivo!

Aspecto da lente frontal do Bresser Primax II 25-75x90

Toca de montar tudo, tripé, pesado, muito bem...

Primeiro contra; o suporte é bom no geral, todo de ferro e pesado como deve de ser para dar a estabilidade necessária, mas a cabeça do mesmo tem uma folga de uns largos milímetros a alguns poucos centímetros, o que na máxima ampliação do telescópio dá uma diferença de muitos e largos metros. Para acertar com o motivo que se deseja observar, é um desatino! Mesmo na ampliação a 25X, é bastante complicado gerir esta folga.

Aspecto exterior do Bresser Primax II 25-75x90. Aqui pode-se também observar a cabeça do tripé

A olho nu a qualidade é razoável, mesmo na ampliação máxima. O detalhe é satisfatório, notando-se no entanto uma grande alteração cromática a partir das 50X / 60X. O ideal é usar este telescópio até às 40X o que já de si é uma enorme ampliação, como se poderá ver a seguir pelas fotos exemplo.

Bom, vamos lá então experimentar tirar umas fotos com uma máquina digital compacta... Vá de montar o suporte universal para digitais compactas (este suporte não serve de modo algum para outro tipo de máquinas, dadas as suas dimensões).

Segundo contra; mesmo sabendo que os especialistas não recomendam a Canon G2 para digiscoping (arte de fotografar com o auxilio deste tipo de telescópios), como era a máquina digital compacta que tinha disponível, foi a que usei no teste. Não cabe no suporte universal para máquinas digitais! Universal o tanas! Mas toca de desenrascar e lá consegui encaixar a máquina e tirar umas fotos.

Nas fotos a qualidade deteriora-se grandemente. O sistema de “lentes sobre lentes” degrada ainda mais a qualidade do que quando utilizado apenas para observação a “olho nu”.

Seguem-se alguns exemplos de fotos que tirei...

Vista geral

O cenário foi este e os pormenores, quase imperceptíveis sem qualquer ampliação, estão assinalados devidamente com um círculo vermelho e círculo azul (carregar nas imagens para ver em tamanho original e sem qualquer tratamento), que apenas surgem na versão original da foto, dado que nesta já reduzida, não eram compreensíveis de todo. Carreguem sobre a foto...

Folhas de laranjeira muito queimadas pela luminosidade forte. Nota-se já grande deformação cromática (tonalidade azul "à roda" dos ramos), mais visíveis ainda na versão original

Com menor ampliação, as folhas desta tangerineira ficaram com menos deformações cromáticas, no entanto a luminosidade continua a ser um problema

Mais uma vez a forte luminosidade, na foto deste candeeiro (assinalado na vista geral com um circulo azul, na parte esquerda da imagem). Mesmo com tempos de exposição baixos foi difícil obter um bom equilíbrio de cores e luminosidades

Para fotos a partir de 30X a qualidade torna a fotografia quase impossível de ser utilizada. A ampliação a 25X (a mínima ampliação possível) é o ideal e as fotos saem razoavelmente aceitáveis, não com um detalhe extraordinário, mas dá para perceber o que se está a fotografar. Claro que o meu objectivo é fotografar aves, por isso mesmo a 25X o detalhe das mesmas poderá deixar muito a desejar (e ainda não consegui apanhar nenhuma com isto, devido à tal folga do tripé que não me deixa acertar com o motivo a fotografar).

Foto com 25X de ampliação (assinalado na vista geral com um circulo vermelho, na parte superior da imagem). Os detalhes são fracos, mas reduzida a foto ainda se pode considerar aceitável. No tamanho original, nota-se que a qualidade é de facto fraca, mesmo com a ampliação minima

Foto ao mesmo pormenor (assinalado na vista geral com um circulo vermelho, na parte superior da imagem), mas com cerca de 30X de ampliação. O desfocado pode ficar-se a dever ao carregar no botão disparador da máquina

Conta também desfavoravelmente o facto de não ter nenhum cabo disparador / comendo funcional para a G2, o que provoca no sistema uma vibração na altura do disparo, condicionando também a qualidade das fotos que, tendencialmente, virão tremidas.

Das fotos depreende-se que a área utilizável da mesma é muito pequena com a utilização da Canon G2. A área preta da imagem (a parte da ocular que corresponde à não existência de lente) ocupa mais de metade do fotograma.

Ocular do Bresser Primax II 25-75x90
O Bresser Primax II 25-75x90 não engana ninguém: pelo preço ninguém poderia estar à espera de um telescópio ao nível de um Carl Zeiss ou outras marcas conceituadas no mercado. É bom para observação apenas (e tem que se contornar a irritante folga do tripé), mas para fotografia deixa um pouco a desejar.

A nível de construção geral não se pode apontar muito, dado que a mesma é boa, podendo mesmo ser comparado com outros modelos mais caros, se exceptuarmos a mais vincadas marcas do molde que, a mim pessoalmente, não me afectam muito.

O tripé, se comprada uma cabeça nova ou com a ajuda de uns elásticos potentes consegue-se contornar a folga que tantas e tantas observações poderá prejudicar ou mesmo impossibilitar.

Montado e pronto para o teste. Só falta o suporte universal para máquinas digitais, a Canon G2, retirar as protecções da lente e ocular e afastar o cortinado :-)

Deixei-vos aqui alguns exemplos com todos os defeitos que o meu teste possa ter tido, efectuado com uma Canon G2. Tem fama (basta pesquisarem no Google por digiscoping with a Canon G2 ou algo semelhante) de não ser boa para este efeito, mas na altura era a única máquina que tinha e por isso o teste feito com ela (posteriormente testei com outras máquinas, testes que a seu tempo aqui divulgarei).

Tentei tirar algumas fotos para ilustrar as minhas palavras e suportar, ou não, a minha opinião. As conclusões tirem-nas vocês mesmos e, se vale ou não a pena, depende da utilização que lhe vão dar e do tipo de câmara que vão utilizar e dos vossos critérios e expectativas pessoais.

Aqui tinha ficado bastante insatisfeito com o telescópio. Os testes posteriores, mostraram-me que com algumas modificações / máquinas diferentes, os resultados poderiam ser muito diferentes e bastante mais aceitáveis (perfeitos para um amador?)...

domingo, 20 de janeiro de 2008

Óleo alimentar vs diesel ou diesel + óleo alimentar?

Há já largos meses que ouvia falar neste assunto. Consultei fóruns, li, pesquisei, ouvi histórias e opiniões... Até, coincidentemente, num programa de televisão, vi carros normais, sem quaisquer preparação especial, a andar exclusivamente a óleo alimentar em vez do vulgar diesel. É certo que bem não fará, mas funciona! Os relatos (fidedignos) de pessoas que foram com os veículos à inspecção usando a mistura e que não tiveram quaisquer tipo problemas com as emissões poluentes...

Perante todas as evidências resolvi experimentar. Mal não fará, pensei eu, se feito segundo as regras e respeitando as quantidades máximas aconselhadas.

Em 18,24 litros de diesel que abasteci, utilizei 3 litros de óleo de fritar (do mais barato que consegui encontrar). Dá cerca de 14,13%. Contando com o diesel que ainda tinha no depósito, a mistura está bem abaixo dos 25% máximo aconselhados para veículos sem qualquer alteração.

Até agora não me queixo.

Certo que apenas percorri cerca de 50 quilómetros com esta mistura de diesel + óleo alimentar e, mesmo o cheiro semelhante a batatas fritas que muitos dizem sentir, não notei.

Com todos os benefícios para o ambiente que supostamente terá, tem também a vantagem do litro do óleo alimentar ser actualmente mais barato do que o litro do diesel normal. Não significativamente mais barato, mas tudo ajuda. Sente-se também o veículo mais suave. Pode ser psicológico, mas pareceu-me. Três em um!

O futuro dirá...

sábado, 19 de janeiro de 2008

Medos, receios, incertezas

Com a minha casa quase pronta do grosso e bruto das obras, começo a hesitar nas minhas convictas certezas de sempre, de que me quero mudar assim que possível. O enorme espaço que adquiri em 2004 e que esperou até 2007 por dias melhores e cara lavada, intimida-me cada vez mais.

Não por ele, não por mim, mas pelo desconhecido que é viver inteiramente às minhas custas, sem a rede de segurança chamada pai e mãe, sem o apoio de resolver os problemas a dividir pelos meus actuais companheiros de habitação...

Vamos a ver do que dá, mas por agora o que se passa por aqui com maior predominância, é só isto!