terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Às compras, com mulheres, em centros comerciais?

É daquelas secas, heim? Ver as lojas todas e mais algumas (as que estão por vir, também e as que já fecharam), observar o conteúdo das mesmas "à lupa", revolver trapos e bugigangas à procura não sabemos bem do quê... Interessante não é?

Felizmente já alguém, homem por certo, pensou neste ponto e colocou umas poltronas, aqui e acoli, espalhadas ao acaso, quiçá. Não é pouco usual ouvir-se um "Vai, vai que eu fico aqui!", seguido de uma flexão de pernas e um apoiar do vocês sabem o quê, nessas poltronas.

Confesso (esperarei, obviamente, pelas represálias femininas com a coragem e bravura de um Afonso Henriques) que esta ideia foi das melhores que alguém já conseguiu ter! Não, não, não estou a dizer que é uma seca ir às compras com mulheres (literalmente não!), não, não, longe de mim. As generalizações são sempre perigosas, também por isto mesmo e não só...

Mas ficar para ali abandonado, perdido e sem grande coisa para fazer, também não é das melhores maneiras de passar o tempo. Poderia escrever em letras pequeninas e de cor branca, para que se visse melhor, que sempre vejo o mulherio saudável a desfilar diante de mim, digo, da poltrona e como eu estou sentado nela... Limitações do ser humano, o ter que obrigatoriamente olhar para o que se lhe atravessa à frente... Mas eu não sou assim. Aguento firme e com o olhar na imensidão vaga e inexpressiva dos corredores cheio de... epá, afinal estão vazios, queres lá ver!?!

Recentemente, maravilha das tecnologias, descobri que os telemóveis também podem ter wireless. Imaginem só. Descobrir as redes disponíveis e desprotegidas para navegar à borla! Muito melhor, digo eu que sou mentiroso, do que ser obrigado a olhar para gajas bo... aaaahhhhhhhhhh... os corredores vazios. Acreditem que é impressionante as redes que se encontram assim disponíveis e acessíveis a todos!

Por isso, caros comparsas que levam secas nos centros comerciais: se tiverem um dispositivo com funcionalidades wireless, telemóvel, computador portátil, torradeira, levem-no com vocês, pois assim divertem-se muito mais (NOT) a descobrir e a tentar utilizar as redes disponíveis. Ver ga..... corredores vazios é uma seca!

Ah e tenham atenção:

«Never trust a hippie» by Pedro Estevão, on Flickr

A foto é desapropriada à quadra que estamos a viver? Êh, este texto também não foi dos melhores e no entanto... :)

Votos de um Feliz Natal!

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Fotografia digital vs analógica

Confesso que só comecei a sentir o prazer da fotografia com a compra da Canon G2, lá por volta de 2001. Custou-me, comparem com os preços de hoje, 1034€! Mas justiça seja feita: nestes anos todos, apenas teve uma avaria que foi reparada e continua a tirar fotos impecáveis. Passou a G2 para segundo plano, com a chegada da Canon 350D. Mais capacidade para experimentar novas coisas, entre elas o digiscoping. O percurso lógico seria continuar fiel ao digital por tudo: facilidade, comodidade, preço, qualidade (crescente), facilidade de edição e (re)composição, etc, etc.


Yashica Electro 35 GSN
Por vários factores acabei por regressar ao analógico. Poderá ter sido (foi!) por influencia de um amigo que só tem "velharias analógicas" ou por ter redescoberto a Yashica Electro 35 GSN, perdida num armário, que desde sempre me lembro existir lá em casa ou, ou...

Certo, certo é que acabei por mandar reparar a Yashica que com os anos e o pouco uso, se ressentiu: acabou por deixar de se consewguir perceber quando é que os motivos estavam focados. Um misto de nostalgia, dos velhos tempos em que todos os retratos cá de casa saíam desta máquina, um pouco por "descargo de consciência" ou pela vontade induzida de voltar ao analógico...

Veio, tão limpinha e reluzente que não a reconhecia. Voltou porque não estava a 100%. Regressou com a desculpa de já ser velha, desgastada, com algumas folgas irrecuperáveis e não dar muito mais margem para reparação e ou afinação.

Fui queimar um rolo para experimentar...

Acabei por dar razão a quem me dizia que o analógico tem uma aura que o digital não tem. O encanto da fotografia, que a pré-visualização imediata do digital tirava, estava no analógico. O suspense de ver o resultado final. As técnicas bem mais importantes para se conseguir uma boa foto; os enquadramentos, as profundidades de campo, as velocidades de obturação. O sentir do peso e importância sombra / luz, contraste, nitidez. Por aí...

É sempre difícil explicar os sentimentos e este não é a excepção mas a regra!

Claro que não me posso esquecer que muito do que possa saber hoje de fotografia, foi conseguido graças à facilidade e acessibilidade do digital. Nunca me lembro de ter dado importância a pormenores que hoje o sei e assumo serem, porque os experimentei, ano após ano, foto após foto, na G2 e na 350D posteriormente. Pesquisar técnicas e opiniões, experimentar o que lia e ouvia, comparar resultados, formar opiniões e solidificar gostos.

Tudo isto permite-me hoje saborear o analógico muito mais intensamente.