segunda-feira, 21 de abril de 2008

José Afonso, o eterno Zeca

É indiscutivelmente um dos meus cantores favoritos de todos os tempos, nacionalidades, géneros ou ritmos. Além de ter revolucionado o país, não só em termos musicais como ideológicos com as suas cantigas de intervenção e ideologia de esquerda, deixou-nos um legado de lindas melodias e poemas cheios de sentido, razão e sentimento.

Sabendo disso e como quem tem amigos tem tudo, enviaram-me recentemente um link para um blog que tem muita discografia do Zeca. E não só; documentários, testemunhos, letras, etc.

Esta que se segue, é uma das minhas favoritas...


(reparem no Fausto à guitarra...)


Redondo Vocábulo

Era um redondo vocábulo
Uma soma agreste
Revelavam-se ondas
Em maninhos dedos
Polpas seus cabelos
Resíduos de lar,
P'los degraus de Laura
A tinta caía
No móvel vazio,
Congregando farpas
Chamando o telefone
Matando baratas
A fúria crescia
Clamando vingança,
Nos degraus de Laura
No quarto das danças
Na rua os meninos
Brincavam e Laura
Na sala de espera
Inda o ar educa


A Cristina Branco tem uma versão desta mesma música, igualmente fabulosa. Podem ver e ouvir aqui.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Em Abril, águas mil

Até pode parecer que o último texto está adequado à data em que foi publicado. Estará se não levarem em conta que no dia em questão se tem obrigatoriamente que dizer (escrever ou transmitir a outrem de qualquer modo, através de um qualquer código) uma patranha. Não foi. Não é.

Certo que ultimamente me tenho apaixonado com muito facilidade, razão de estar ainda solteiro, encalhado para os mais rudes ou, quem sabe, o desespero de quem se vê sem a alma gémea ao lado, a isso leva. Penso que não seja nem uma coisa nem outra.

As mulheres gostam de se fazer notar. E como eu aprecio isso. Os dias bons que por aí vieram, fizeram diminuir as roupas e surgir os tops e as saías mais curtinhas, tecidos mais insinuantes e cortes mais provocadores...

A culpa é delas, das mulheres! São lindas, estão lindas e fazem-se lindas e gostam de o ser e de mostrar que o são. Provocam. Gostam do jogo de olhares e sorrisos e de saberem que nos têm na mão. E eu, não me importo nada e deixo-me ir. Como eu gosto de estar nas mãos de uma mulher! E elas gostam disso. Gostam de sentir a importância que eu lhes aparento dar. Ficam inchadas, felicíssimas da vida. Radiantes! E eu também. Rodeado de beldades.

Será pesado dizer que me apaixono. Gosto do flirt, desse jogo de quem quer, mas não come, de que comeria se pudesse, mas está de dieta e então nada feito, de quem quer unir duas madeiras sem prego ou cola, sabe que não conseguirá, mas não desiste do seu objectivo, apesar de o saber intangível, impossível, assim, desse modo.

É a essência da vida. Aposto que o Adão se comportou com a Eva do mesmo modo que nós nos comportamos, machos e fêmeas, que tiveram a mesma linguagem corporal, olhares e sorrisos matreiros e cheios de significado que temos hoje. O Adão com a Eva ou a Eva com o Adão que não sou pretensioso ao ponto de clamar este jogo apenas nosso, dos homens, machos conquistadores.

Mas há miúdas e miúdas, mulheres e mulheres... E por algumas, bem que tento resistir, mas apaixono-me. Tenho que me apaixonar perdidamente; é inevitável! Porque depois deste jogo de quem quer esconder, mas mostra tudo sem pudores, há algo mais. Só algumas têm. Aquele tempero que nos adoça ainda mais a vida. Que amplia o bom sabor que ela já tem. Delícia!

Estou apaixonado!

terça-feira, 1 de abril de 2008

Gosto de ti! Graças a ti!

Gosto de ti!

Tu passas e eu não fico indiferente. Vejo-te e sinto o que posso chamar de fogo aparvalhado da paixão adolescente e forte que já há muito não sentia. Não consigo resistir às tuas curvas a passarem à minha frente. Não dá. É inevitável sentir um baque forte no peito quando te vejo, quando te pressinto. Ou imagino que ali estás ou vais estar ou que costumas por ali estar.

Sinto-me bem só de pensar que te poderei ver. Chova, faça sol ou seja de que maneira for a ansiedade é sempre grande. Os meus minutos que abarcam as horas dos homens. A expectativa, a vontade de ficar ali, só porque sim, porque sei que por ali vais estar mais tarde ou mais cedo. Só de imaginar a tua sombra ao meu alcance.

O teu nome inspira-me como me inspirou o da primeira menina que me apaixonei. Há muitos anos atrás. Éramos crianças. Eu e ela, a menina. E tu? Por certo que sim. Não te conhecia. Já devias ser maravilhosa como o és hoje. Ou conhecia-te?

Marta.

Lembro-me da menina, linda, de totós como me lembro agora de ti. Melhor de ti agora, confesso. Não é por acaso. És a culpada. Mais nítida. Mais... mulher. Mais... “minha”. Como me apetecia agora abraçar-te. Ver-te. Ter-te para mim. Sentir-te. Cheirar-te. Admirar-te. Conhecer-te de fio a pavio. Ou seria de lés a lés? Pfiuuuuu

Pode ser um sonho. Pois pode. E, por agora, deve. Pode vir a ser realidade. Também. Pode ser. Talvez. Mas não me deixas de perturbar por isso. Pela incerteza de saber que poderá ser nunca. Nada, nem um pouco. Continuo a gostar de ti. A sentir o fogo que me ateias, quando passas. Ou imagino que vais passar. Ou passaste e eu estava por perto.

Não me importo. Até lá, sonho. Isso vai-me bastando. Até um dia. Àquele dia.

Meu Deus, como me consegues perturbar! Tiveste esse dom. Tens. Sabias? Será que irás saber? Caramba, gosto de me sentir assim. Aparvalhado. Descompassado. Desconcentrado. Embasbacado. Apaixonado. Adolescente.

Graças a ti!