segunda-feira, 30 de junho de 2008

Momentos Zen



Cantiga d'amor - Rádio Macau - Oito



preferias que cantasse noutro tom . que te pintasse o mundo doutra cor . que te pusesse aos pés um mundo bom . que te jurasse, amor, o eterno amor . // . querias que te roubasse ao sete estrelo . a luz que t'iluminasse o olhar . embalar-te nas ondas com desvelo . levar-te até à lua p'ra dançar . // . talvez até pudesse dar-te mais . que tudo o que tu possas desejar . não te debruces tanto que ainda cais . não sei se me estás a acompanhar . // . podia se quisesses explicar-te . sem pressa tranquila devagar . e pondo claro está modéstia à parte . uma ou duas coisas se calhar . // . que a lua está longe e mesmo assim . dançar podemos sempre se quiseres . ou então se preferires fica aí . que ninguém há-de saber o que disseres

Flak . Pedro Malaquias



Fecho os olhos.

Imagino todo um mundo perfeito ao som desta música. Onde as pessoas se pudessem amar livremente e sem as barreiras da vergonha e ou do preconceito socialmente imposto, parvo e sem sentido. Sem a aproximação difícil do primeiro momento, do primeiro encontro, da primeira partilha, do primeiro calor sentido quando os dois se aproximam mais e sentem a chama da unidade.

Imagino-te, sorrindo e esperando pelo meu abraço quente e sentido, forte, cair no teu colo à noite, cansado, exausto e sem as forças que mereces. E seres o meu porto, o meu refugio, o paraíso secreto e só meu,por descobrir, por desvendar, inóspito e puro, secreto, mas límpido, claro. O meu local de recuperação, de inspiração, de vida e rejuvenescimento. Renascimento. Sempre!

Depois o que conseguiríamos, juntos, fazer pelo mundo. A diferença que marcaríamos por sermos dois, um, unos, fortes e jovens, cheios de ideais e crenças, lutas por travar e lugares por descobrir, saberes por partilhar, acções por beber, tradições por explorar, o mundo por beber e saborear. Tudo o que de bom à nossa volta giraria, sem pressas, sem tocar nas nuvens, leves...

A fúria de devorar a vida, a raiva de te ter sempre para mim, em mim, por mim, de te saber partilhar, de te tocar inocentemente, com intenção e luxuria, e sentir a vida na ponta dos dedos, e nos pés, e no corpo todo, num tal formigueiro de vida, energia, palpitação, irreverência, fulgor e sentimento e amor, ardor.

De saber que nunca teria alcançado tudo isto se tu não o fosses, se não o fizesses, se o não mostrasses e mo desses. De que, talvez, pudesse nunca ter sonhado tão alto e forte e ambiciosamente com o meu mundo, o nosso, o teu, o mundo que me deste, que fizemos e que sentimos ambos. Ser do dois. Só nosso, nem meu, nem teu.

É esta a harmonia de amor, do amor, que me inspira. Que me retorna, com a escuridão dos olhos cerrados e do silêncio imposto ao mundo à volta, toda a fúria de viver, contigo, por ti, para ti, de ti. De fazer, ser jovem, sempre, ter o sangue a correr com raiva e ter vontade de viver. Gritar alto. Só. E nada mais. Só viver.

Se estiveres. Apenas. Se fores. Simplesmente. Se amares. Perdidamente. Se deres. Tudo Se partilhares. Se te deres, em amor, sincero, despretensioso. Se me sorrires. Único. Só. Tudo!

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