sábado, 4 de outubro de 2008

Eu, citadino inútil

Ao longo da nossa existência muitas inutilidades armazenamos. Quer o móvel que nunca mais se vai usar, mas que insistimos em não deitar fora e mandamos para o fundo do sótão, quer o objecto com pobre valor decorativo, mas que teimamos em deixar sobre o tampo da mesa, com função embelezadora, só porque foi não sei quem que nos ofereceu.

Só reparamos nas inutilidades que temos quando mudamos de casa ou por um motivo de força superior, temos que arrumar algumas coisas. Encontramos as porcarias mais diversas e, algumas delas, se bem nos recordamos ao olhar para elas com espanto, nunca tiveram qualquer préstimo. Mas, por obra do acaso ou do respeito, acabaram por ter sido guardadas como um bem precioso.

Isto sempre aconteceu. Mesmo aos mais pobres, que viviam numa aldeia remota e que, nos parcos bens terrenos, conseguiam sempre ter alguma coisa de inútil.

Hoje ainda mais. Com a massificação dos computadores que mais não são que uma extensão do nosso mundo, não podiam escapar a este efeito. Programas que utilizamos uma vez, permanecem instalados, powerpoints e vídeozinhos de piadas que guardamos porque são engraçados, mas que nunca mais vemos na vida, um link que adicionamos aos favoritos porque em algum momento da vida nos ajudou e, pensamos, nos poderá vir a ser útil no futuro. Acreditem, mais vale pesquisar novamente no Google que iremos encontrá-lo com da primeira vez!

E não só nos nossos computadores pessoais isso se passa. Como falei na pesquisa do Google, quantos resultados iguais encontram, ao pesquisar banalidades? Quantos blogues não são meras cópias uns dos outros ou de notícias veiculadas noutros sites e meios de comunicação social? Se são importantes, indiquem-nos o link, dêem-nos a opinião pessoal, mas escusam de repetir, letra por letra, ponto por ponto, o que outros disseram, escreveram ou mostraram.

Se comprar uma casa maior quando precisamos de mais espaço para as “nossas coisas” nem sempre é possível (monetariamente), já comprar um disco ou outro dispositivo de armazenamento é muito acessível e cómodo. Organizar custa-nos mais. Poder de decisão. Arrependimento, a seguir.

É mais simples e menos violento, adquirir mais um objecto. E que ainda por cima, imaginem só, nos permite ele próprio armazenar outras barbaridades dentro de si.

Maravilha!

Ao menos, um acidente (ou incidente?) no armazenamento informático, "obrigou-me" a limpar algumas coisas, instalar o SO de raíz e a melhorar as possibilidades de guardar umas coisinhas mais nos meus discos, até o próximo desastre. Claro, não apaguei (quase) nada do que aqui tinha. Pode ser importante... Comprei mais um disco. Ah, mas só porque é mais rápido que os outros e numa arquitectura mais recente e fiável, digo eu para mim.

Tretas...

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